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Tomada de Decisão e Estratégia

5 Conceitos Pouco Conhecidos para Navegar no Mundo


No mundo acelerado e complexo de hoje, é crucial ter ferramentas mentais para navegar pelas inúmeras decisões e problemas que enfrentamos. Este artigo explora cinco modelos de pensamento pouco conhecidos, oferecendo uma visão sobre como simplificar e melhorar nosso processo de tomada de decisão e estratégia.


Como os Modelos de Pensamento Funcionam?

Os modelos de pensamento, também conhecidos como modelos mentais ou mindsets, são abordagens estruturadas para solucionar problemas e tomar decisões. Eles se baseiam na ideia de que um pensamento claro e lógico pode nos ajudar a desmembrar problemas complexos, gerar soluções criativas e tomar decisões mais acertadas. Esses modelos são como ferramentas que nos guiam em direção a uma resposta, atuando muitas vezes de forma inconsciente como atalhos mentais.


Nos últimos anos, esses modelos mentais ganharam popularidade, especialmente entre investidores renomados como Charlie Munger, Warren Buffett e Naval Ravikant, que atribuem a eles parte de seu sucesso. Em um mundo saturado de informações, os modelos de pensamento funcionam como representações mentais simplificadas e baseadas na experiência de como as coisas funcionam. Eles nos ajudam a processar informações, focando no que é relevante e descartando o que não é.


Contudo, é importante ressaltar que os modelos de pensamento são altamente específicos ao contexto. Por exemplo, o "Círculo de Competência" de Buffett é uma ferramenta cognitiva útil para encontrar sua vocação na vida, mas se torna inútil em situações onde é necessário diagnosticar um problema iminente, como um avião prestes a cair. Portanto, a eficácia de um modelo de pensamento está diretamente relacionada à sua adequação ao problema enfrentado.


1. Matriz de Eisenhower: Como priozar?


A Matriz de Eisenhower é uma ferramenta eficaz para priorizar tarefas e gerenciar o tempo, especialmente útil quando você está sobrecarregado com trabalho, ligações, solicitações e e-mails. Também conhecida como Caixa de Eisenhower ou Matriz Urgente-Importante, esse modelo de pensamento ajuda a categorizar tarefas com base em sua urgência e importância. Veja como dividir suas tarefas:

  1. Urgente e Importante: Estas são tarefas que exigem sua atenção imediata. Aja rapidamente para concluí-las.

  2. Importante, mas Não Urgente: Tarefas que são importantes mas não exigem ação imediata. Planeje um momento para lidar com elas.

  3. Urgente, mas Não Importante: Estas tarefas requerem ação rápida, mas não são cruciais para seus objetivos principais. Considere delegá-las a outras pessoas.

  4. Nem Urgente Nem Importante: Tarefas com baixa prioridade que podem ser feitas mais tarde ou até mesmo descartadas.

Desenvolvida com base nos princípios de Dwight D. Eisenhower, que tinha um dos trabalhos mais ocupados imagináveis como presidente dos Estados Unidos, a matriz é uma maneira eficaz de dividir o trabalho em partes gerenciáveis. Contudo, a eficácia dessa ferramenta depende fortemente da sua capacidade de avaliar corretamente a urgência e a importância de cada tarefa, o que pode ser subjetivo e variar a qualquer momento.


2. Modelo SARA: Como Resolver Problemas?

O Modelo SARA é uma abordagem estruturada para a resolução de problemas, amplamente utilizado no policiamento orientado para problemas, mas aplicável em diversos contextos. SARA é um acrônimo para Escaneamento, Análise, Resposta e Avaliação. Vejamos cada etapa:

  1. Escaneamento: A primeira etapa envolve identificar potenciais problemas no ambiente. Isso não significa procurar por problemas, mas sim identificar questões recorrentes e considerar suas consequências antes de priorizar as mais prementes.

  2. Análise: Uma vez identificado o problema, analisamos seu contexto e causas. Quem está envolvido? Qual é a raiz do problema? Como foi abordado até agora? Para isso, é necessário coletar e avaliar dados relevantes.

  3. Resposta: Com a causa raiz conhecida, buscamos intervenções para resolver o problema. Isso inclui recomendar opções de ação e considerar sua implementação. É importante estar atento às consequências não intencionais, pois mesmo soluções bem-intencionadas podem piorar a situação.

  4. Avaliação: Avaliamos a eficácia da nossa resposta. Se for eficaz, um novo escaneamento do ambiente deve mostrar que o problema foi resolvido. Se persistir, devemos reavaliar nossa resposta ou voltar à fase de análise.

Na prática, o Modelo SARA é usado de maneira iterativa e não linear. As quatro etapas podem ser revisitadas a qualquer momento, similar ao Ciclo de Inteligência utilizado na comunidade de inteligência. Este modelo é uma ferramenta útil para abordar problemas de maneira sistemática e adaptável.


3. Modelo de Resolução de Conflitos

O Modelo de Resolução de Conflitos oferece um framework para entender as diferentes maneiras como as pessoas geralmente reagem a conflitos, categorizadas em reações emocionais e racionais.


Reações Emocionais:

  1. Fuga: Consiste em evitar ou fugir do conflito, deixando-o sem resolução. A desvantagem é que ambas as partes perdem.

  2. Confronto: Aborda o conflito com a intenção de vencer os outros, resultando em apenas um vencedor.

  3. Desistência: Envolve recuar e desistir, encerrando o conflito, mas a um custo pessoal, pois significa perder voluntariamente.

Reações Racionais:

  1. Evitar Responsabilidade: Delegar o problema a outra pessoa, o que pode resolver ou agravar o conflito, potencialmente resultando em perda para ambas as partes.

  2. Compromisso: Buscar uma solução que seja aceitável para todos, embora não seja ideal, pode ser a melhor solução ruim disponível.

  3. Consenso: Negociar uma terceira via para resolver o conflito, com o objetivo de satisfazer todas as partes envolvidas.

Este modelo de pensamento ajuda a trazer ordem ao caos, permitindo identificar a abordagem de resolução de conflitos que tendemos a adotar e a reação que esperamos dos outros. A escolha da melhor reação depende muito do contexto. Em situações extremas, como um assalto, a negociação pode não ser a opção viável, enquanto em situações menos críticas, dominar a arte da negociação pode ser extremamente benéfico.


4. Modelo da Caixa Preta: Porque Você Não Tem Todas as Respostas?

O Modelo da Caixa Preta, como sugerido pelos autores de "The Decision Book", é um modelo de pensamento que busca explicar a crescente complexidade da vida moderna e nossa dificuldade em compreendê-la.

Principais Aspectos do Modelo da Caixa Preta:

  1. Existência de "Caixas Pretas": O modelo sugere que nossa existência está cada vez mais cercada por "caixas pretas". Estas são construções complexas que não entendemos, mesmo que alguém tente explicá-las. Exemplos incluem a tecnologia por trás dos dispositivos que usamos ou os algoritmos dos motores de busca.

  2. Decisões Baseadas em Fé: Como não conseguimos ver ou entender o interior dessas caixas pretas, nossas decisões diárias frequentemente se baseiam mais na fé do que em compreensão racional. Isso nos torna susceptíveis a explicações baseadas na fé, em detrimento das racionais.

  3. Preferência pela Simplicidade: Diante dessa complexidade, muitas vezes optamos por simplificar, focando em aspectos triviais que conseguimos compreender. Esse fenômeno é conhecido como Bikeshedding, onde evitamos discutir sistemas complexos em profundidade, preferindo nos ater a trivialidades mais fáceis de entender.

O Modelo da Caixa Preta ressalta como a crescente complexidade tecnológica e sistêmica influencia nosso processo de tomada de decisão, levando-nos a confiar mais na fé do que na compreensão racional e detalhada. Este entendimento pode ser crucial para reconhecer nossas limitações e buscar maneiras de lidar com a complexidade de forma mais informada e consciente.


5. O Que Faz Todos os Modelos Estarem Errados?

O modelo "Mapa vs Território", baseado nas ideias do matemático polonês-americano Alfred Korzybski, oferece uma perspectiva valiosa sobre a relação entre conceitos e realidade, e como compreendemos o mundo ao nosso redor.

Principais Pontos do Modelo Mapa vs Território:

  1. Distinção entre Mapa e Território: Korzybski enfatiza que "o mapa não é o território". Isso significa que as representações mentais (mapas) que temos do mundo são apenas isso - representações. Elas não são a realidade em si (o território).

  2. Limitações dos Mapas: Os mapas são construções mentais que nos ajudam a navegar pela realidade, mas são limitados e imperfeitos. Eles são criados em contextos específicos e podem não ser universalmente aplicáveis. Por exemplo, um mapa rodoviário é útil para dirigir, mas não para trilhas de bicicleta.

  3. Mental Models como Mapas: Da mesma forma, modelos mentais são representações úteis, mas não são a realidade em si. Eles nos ajudam a processar informações e tomar decisões, mas devemos estar cientes de suas limitações e estar preparados para adaptá-los ou mudá-los conforme necessário.

  4. Flexibilidade na Escolha de Modelos: A sabedoria neste modelo está em reconhecer que nenhum modelo mental é perfeito ou absoluto. Devemos ser flexíveis e escolher o modelo que melhor se adapta ao problema ou situação específica.

O modelo "Mapa vs Território" nos ensina a importância de questionar nossas próprias percepções e a estar abertos a ajustar nossos modelos mentais diante de novas informações ou contextos. Ele sublinha a ideia de que, embora os modelos mentais sejam ferramentas úteis para compreender o mundo, eles não são substitutos para a realidade em si. Reconhecer e respeitar essa distinção é fundamental para uma tomada de decisão eficaz e uma compreensão mais profunda do mundo ao nosso redor


Limitações dos Modelos de Pensamento

Embora úteis, esses modelos têm suas limitações. Eles podem falhar em capturar informações valiosas, levar a soluções erradas e são susceptíveis a viés de confirmação. É essencial manter a mente aberta e adaptar esses modelos às necessidades e contextos específicos.


Conclusão

Os modelos de pensamento são ferramentas poderosas para enfrentar o excesso de informações e complexidade do mundo moderno. Entender seus benefícios e limitações é crucial para aplicá-los efetivamente. Continuar explorando e questionando esses modelos pode enriquecer nossa capacidade de tomar decisões e resolver problemas.


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